4 de agosto de 2011

Lançadas novas diretrizes para o rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil


      Em conjunto com outros órgãos do Ministério da Saúde, além da Universidade Federal do RJ e de sociedades médicas, o INCA lançou, segunda-feira, dia 4, as novas diretrizes para o rastreamento do câncer de colo do útero no Brasil. O documento foi divulgado, durante o 14º Congresso Mundial de Patologia Cervical e Colposcopia, no Rio de Janeiro e se destaca por ampliar a faixa etária da população a ser submetida ao exame preventivo, que era dos 25 aos 59 anos, até os 64 anos. O evento contou com a presença do secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, e do diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini.
     O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame Papanicolaou, popularmente conhecido como preventivo. O procedimento identifica lesões que antecedem o câncer, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva. As novas diretrizes recomendam que o intervalo entre os exames deverá ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual.
    A coleta de material deverá ser feita a partir dos 25 anos. Os exames preventivos devem seguir até os 64 anos e ser interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos, nos últimos cinco anos. Nos caso das mulheres, com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame, devem ser feitos dois preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois resultados forem negativos, essas mulheres poderão ser dispensadas de exames adicionais. Segundo a ginecologista Flávia de Miranda Corrêa, técnica da divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica do INCA, a ampliação da faixa etária para o rastreamento do câncer do colo do útero, segue a tendência internacional relacionada ao aumento da longevidade. Hoje as brasileiras têm expectativa de vida até os 76 anos.
   O câncer do colo do útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama. Também é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas e apresenta 18.430 novos casos, conforme as estimativas de câncer do INCA. Diante desse quadro, o INCA em parceria com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IGUFRJ), da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) produziram a elaboração das novas diretrizes para o rastreamento do câncer de colo do útero no país. O texto foi disponibilizado para Consulta Pública no período de 21 de fevereiro a 23 de março e, logo após a incorporação das contribuições dadas pelos profissionais de saúde, foi realizada a revisão final.
    As novas diretrizes fazem parte do Plano Nacional de Fortalecimento das Ações de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer do Colo de Útero, do Ministério da Saúde, lançado pela presidente Dilma Rousseff, em março. O plano prevê, ainda, um programa de capacitação de ginecologistas para padronizar o diagnóstico de acordo com as novas diretrizes. No país, o Acre já iniciou a qualificação dos profissionais e outros 13 estados iniciam a criação de centros regionais de qualificação dos profissionais.

*Acesse o link das novas diretrizes aqui:

Fonte: INCA

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